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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Decepcionada



Hoje, deparei-me com a decepção em pessoa, ou melhor, em pessoas. Sabe aquele encontro que você prevê que um dia vai acontecer, você até sente um friozinho na barriga, esperando ansiosa? É isso. Acho que é fruto da distância, da separação, do afastamento.


Decepcionar-se com alguém é desiludir-se, desencantar-se. Pois foi isso que aconteceu comigo: desencantei-me. Por mais que eu soubesse que poderia acontecer, veio muito rápido.


Decepcionamo-nos com o governo que impera absoluto, com a educação que não vai nada bem, com a saúde, com os impostos altíssimos cobrados, com a violência, com a fila de espera no banco, com o mau funcionamento das repartições públicas, com o péssimo atendimento dos funcionários, com o máximo salário dos nobres e com o mínimo dos assalariados, inclusive dos professores, dos quais faço parte, com a miséria... com as doenças... com os acidentes...( vou parar com a lista por aqui), mas principalmente com as pessoas que convivemos. Talvez, porque nos atinge bem de perto, vem como uma pedrada, não sabemos de onde.


Será que não sou eu que estou viajando muito? Estou nas nuvens, preciso aterrisar. Dedico-me demais às pessoas e nem sempre recebo de volta. Não estão nem aí. Os valores são diferentes. Cada pessoa tem um jeito de pensar e agir, não são como quero que sejam. Por que esperar mais de quem não tem nada para dar.


Um dia ouvi de um querido amigo que só damos quando está sobrando. Então, deve ser isso. Vou me consolar. Lembrei-me também da máxima de Machado de Assis:


Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.


Na verdade, hoje eu caí das nuvens, literalmente, não deu para machucar. já me levantei e segui em frente.

3 comentários:

Valéria Gomes disse...

Parabéns a ti, pela rápida recuperação! Também caí das núvens, mas a minha recuperação foi mais lenta. Fiquei amarga e o meu olhar sem brilho, pela constatação da realidade. Porém a minha dor, não foi por não receber de volta, mas sim pelo que recebi de volta e em abundância (desrespeito, xingamentos, frieza, ingratidão...). Desse ponto em diante, forçosamente, passamos a questionar: "Do que é nutrido o ser humano?"

Beijos no coração!!! :(

Andréa Amaral disse...

Eu gosto do blogger por isso: podemos ser quem quisermos ou não ser ninguém específico; podemos opinar, ignorar ou desabafar.
Pode acreditar que só por ter escrito o que vc sente já te aliviou o coração. Às vezes, damos mais valor a determinadas situações ou pessoas do que elas merecem. Eu sei como é. Aliás, todos nós passamos na vida por essas situações, seja como vítimas ou como algozes. Tudo depende do ponto de vista. Não podemos nos eximir da nossa responsabilidade em ambos os casos.
O que importa é que tudo é experiência. Faça desse limão amargo, uma limonada doce. Um beijo.

piedadevieira disse...

Obrigada, amigas! Vocês disseram tudo.