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domingo, 31 de janeiro de 2010

Pura magia



Descobri que tenho uma verdadeira paixão por contos de fada e histórias orientais. E, sei de onde vem tudo isso.




Na minha infância, gostava muito de ler essas histórias e de ouvi-las também, assim como aqueles causos contados pelos nossos pais e vizinhos, sentados nas cadeiras colocadas na calçada em frente das nossas casas. Ali, ficávamos ouvindo tudinho, com olhos arregalados, porque muitos eram assombrosos demais, pareciam reais, confesso que até tinha medo. Mas ficava fascinada querendo sempre ouvi-los no dia seguinte. Tornaram-se parte do meu arquivo e passei a contá-los, mais tarde, para os meus amigos da escola e depois para meus filhos.



Quando não tinha livro para ler, eram os almanaques que me encantavam. Distribuidos pelas farmácias, havia o Almanaque do Biotônico. Era fininho, tipo revista infantil, mas trazia muitas historinhas, adivinhações e receitas. Até a capa eu gostava! Que alegria era passar na farmácia e pegar um no balcão! Já, o Almanaque do Tico-Tico era diferente, mais grosso, mais recheado de novidades, mas esse eu não podia comprar, lia na casa da amiga Iza.



Então, quando eu vejo, hoje, esses personagens de filmes como A princesa e o sapo, os mangás das histórias em quadrinhos, agora apreciados pela minha netinha, sinto vontade de vestir a fantasia e entrar na história como se fosse a minha. Esse mundo mágico me atrai.



Fico pensando por que o mundo em que vivemos é tão diferente, tão real! Aí, me lembro de que nesses contos também existem lobos maus e bandidos. Só que são poucos e morrem no final da história. Os que vencem sempre são os mocinhos, os príncipes e as princesas. Essa é a diferença: aqui, há mais lobo mau e nós somos os vencidos. Que pena!
Acho que me mudarei para o Oriente. A vida, do lado de cá, está muito real, sem o fantástico que tanto me atrai. Buscarei a pura magia das histórias de Ali Babá, mesmo com os quarenta ladrões (que é um número bem pequeno diante do nosso), o mundo sonhado por Mahatma Gandhi, o idealismo de Luther King e o caminho e a verdade de Jesus Cristo.
Serei muito feliz, com certeza...

sábado, 30 de janeiro de 2010

A beleza das cores










Contemplo sua forma

submerso nas cores.

Impossível fugir

à beleza das flores!

(pv)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O silêncio




Há momentos que desejamos ficar no nosso canto, quietos, introvertidos, distante de todo burburinho da vida. É um momento de reflexão, de fuga talvez, mas as pessoas parecem não entender e ficam perguntando, questionando o porquê do nosso silêncio. Acabam incomodando, sem querer, é claro, por pura preocupação, imagino. São momentos passageiros, acontecem comigo e com milhares de outros.

O que fazer para não ferir ninguém, pois cada um tem uma reação diferente? Só um mestre cheio de sabedoria para nos ensinar o segredo.

Certo homem que visitava um mosteiro, falou ao mestre Shantih que não via portões por ali.
-Não temos portões em nosso mosteiro - respondeu Shantih ao visitante.
- E as pessoas inoportunas, que vêm perturbar a paz de vocês?
- Nós as ignoramos, e elas vão embora.
- Só isso? E dá resultado?
Shantih não respondeu. O visitante insistiu outras vezes. Vendo que não obtinha resposta, resolveu partir.
- Viu como funciona? - Disse o mestre para si mesmo, sorrindo.

Para refletir:
"Quem fala muito dá bom-dia a cavalo."
G. Rosa

domingo, 24 de janeiro de 2010

Liberdade de pensamento





"Há escolas que são gaiolas.
E há escolas que são asas,
que existem para dar aos seus
alunos a coragem de voar."
Rubem Alves





Para pintar um pássaro



Pintar primeiro uma gaiola
Com uma porta aberta
Pintar depois
Algo bonito,
Algo simples,
Algo belo,
Algo útil
para o pássaro;
Depois, encostar a tela em uma árvore
Num jardim, num bosque ou
numa floresta,
Se esconder atrás da árvore
Sem dizer nada
Sem se mexer
E, quando o pássaro chegar,

se ele chegar
Guardar o mais profundo silêncio,
esperar que o pássaro entre na gaiola
e quando ele tiver entrado
Fechar docemente a porta com o pincel
Depois, apagar uma a uma todas as barras
Tendo o cuidado de não tocar nenhuma
das plumas do pássaro
Pintar, em seguida, a árvore
Escolhendo o mais belo dos seus galhos
para o pássaro
Pintar também a verde folhagem e a frescura do vento
A poeira do sol
E o barulho dos animais de erva no calor do verão
E, depois, esperar que o pássaro se decida a cantar
Se o pássaro não cantar
É mau sinal
Sinal de que o quadro é ruim
Mas, se cantar é bom sinal
Sinal de que você pode assinar, então tire suavemente
Uma das plumas do pássaro
E escreva seu nome num canto do quadro

Jacques Prévert
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Esta maravilhosa poesia é a mensagem mais linda que já li sobre escola. Reforça a busca pela qualidade, pela liberdade, pela transformação do ser humano e consequentemente pela sua valorização.
Não preciso dizer mais nada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Fazem parte do nosso jardim



Uma história sufi:
Nádia passou o outono inteiro semeando e preparando seu jardim. As flores se abriram na primavera e Nadia reparou alguns dentes-de-leão, que não havia plantado.
Nadia arrancou-os, mas o pólen já estava espalhado, e outros tornaram a crescer. Procurando um veneno que atingisse apenas a erva, foi informado que poderia matar as outras flores.
Desesperado, pediu ajuda a um jardineiro.
- É igual ao casamento, junto com coisas boas, terminam sempre vindo algumas poucas inconveniências.
- O que faço?
- Nada. Mesmo sendo flores que você não planejou ter, fazem parte do jardim.

Essa história me faz lembrar da parábola do trigo e do joio contada por Jesus.
Um homem semeou a boa semente no seu campo, mas dormindo veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo.
Quando a erva cresceu e frutificou apareceu também o joio. Seus servos disseram-lhe: " Senhor, não semeaste tu no campo a boa semente? Por que tem, então, joio?"
Ele respondeu que um inimigo fez aquilo, mas os servos insistiram que deveriam arrancá-lo.
O dono do campo porém disse-lhes: "Não, para que ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa, aí direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar, mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro."
...........
O que é joio? Uma planta herbácea semelhante ao trigo no período da folhagem, mas diferente ao dar flores e frutos. Na espiga do trigo, os grãos são alourados, enquanto os do joio são embaçados.
Quanto ao dente-de-leão, é tida como uma erva daninha, uma planta invasora de hortas e jardins e que se desfaz ao toque do vento por ser muito sensível.
A mensagem é clara em ambas histórias: um elemento estranho se infiltrou no campo da boa semente. Só o percebemos quando o mal já está visível e temos que saber conviver com ele até o momento da ceifa, sem admirá-lo, sem aplaudi-lo e muito menos imitá-lo. Temos de conviver, muitas vezes, com pessoas falsas e sinceras, justas e injustas, sensíveis insensíveis, é inevitável. Sementes daninhas podem contaminar e arruinar nossa vida, nossos relacionamentos. No entanto, devemos aprender com o jardineiro e o dono do campo a cultivar o dom da sabedoria.
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Para refletir:
"Obstáculos são aquilo que você enxerga quando tira os olhos de seus objetivos."



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como posso perder minha fé?




" Como posso perder minha fé na justiça da vida, quando os sonhos dos que dormem num colchão de penas não são mais belos do que os sonhos dos que dormem no chão?"
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Quero, hoje, falar sobre a fé. A fé em Deus, a fé no amor, a fé na vida, a fé na justiça, a fé suficiente, a fé perdida, a fé encontrada, a fé que cura, a fé que remove montanhas, a fé do tamanho de um grão de mostarda.
Definimos a fé como uma crença, uma confiança, uma virtude, algo inexplicável, uma convicção ou apenas uma imaginação. Para Paulo, ela é o " firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem." Para Santo Agostinho, a fé em Deus é como uma lanterna que se acendeu na noite para conduzir os seus passos quando estão desfalecidos.
Na linguagem popular, costumamos dizer que fulano usou de má fé, quer dizer que tentou enganar ou trapacear alguém. Isto é o que está acontecendo com muita frequência nos últimos dias, basta ouvir as notícias do cenário político. Em contrapartida, ouvimos casos de pessoas de boa fé, como o da Dra Zilda Arns que acreditou, teve fé, que poderia salvar milhares de crianças com seu amor e com sua dedicação.
Há pessoas que possuem muita fé, digo, fé suficiente para mudar a história. Exemplo disso, o haitiano que acreditou que sua mulher estava viva. Com o ouvido colado aos escombros do terremoto, montou guarda, foi persistente até ouvir a sua voz. Depois de seis dias, soterrada, saiu apenas com os dedos quebrados. Posso dizer que sua fé foi suficiente para dizer ao monte: "Levanta-te daí..." Ele acreditou e não duvidou em seu coração.
Talvez para milhares de outros que não veem chegar uma garrafa d'água às suas mãos, cansados de esperar por ajuda, a fé seja pequena, perdida. A dúvida enche seus corações, vem o desespero, gera a revolta. Perderam a fé na justiça, na vida. Quem sabe, em Deus?
E, se estivéssemos nessa situação, o que faríamos? Teríamos ainda a mesma fé? Poderíamos acreditar em milagres? Às vezes, criticamos a falta de fé do outro e não pensamos em quais circunstâncias ela se perdeu.
Devemos, sim, -por que não?- pedir a Deus como fizeram os apóstolos naquele dia:" Aumenta-nos a fé." Ao que respondeu o Senhor: " Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá."
...
Para concluir, sábias palavras de Buda:
" Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos surge de nossos pensamentos.
Com o pensamento, construímos e destruímos o mundo."
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma história de amor


"Uma prova de amor eu dou se você quiser
Uma prova de amor eu dou se preciso for
Uma prova de amor eu dou quem sabe assim
Você vê todo o bem que tem dentro de mim."



Era uma vez uma ilha onde moravam os seguintes sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros. Um dia, avisaram para os moradores desta ilha que ela seria inundada.
Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem; ele então falou:
- Fujam todos, a ilha vai ser inundada!
Todos correram e pegaram seus barquinhos para irem a um morro bem alto. Só o Amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais.
Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda. Estava passando a Riqueza e ele pediu que o levasse junto. Mas ela respondeu que não podia porque seu barco estava cheio de ouro e prata.
Passou então a Vaidade e ele pediu ajuda novamente. Mas ela respondeu que não porque ele poderia sujar seu barco.
Logo atrás vinha a Tristeza, que disse não poder levá-lo porque estava muito triste e queria ficar só.
Passou a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o seu chamado. Já desesperado, achando que ia ficar só, o Amor começou a chorar. Então passou um barquinho, onde estava um velhinho que lhe falou:
-Sobe Amor, que eu te levo.
O amor ficou radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Chegando ao morro, onde estavam os sentimentos, ele perguntou à Sabedoria quem era aquele velhinho que o trouxera até ali.
Ela respondeu que era o Tempo.
- O Tempo? Mas por que só o Tempo me trouxe aqui?
- Porque só o Tempo é capaz de ajudar e entender um grande Amor.
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Para refletir:
" O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno"
William Shakespeare
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Que lugar é esse?




Um homem caminhava com seu cavalo e seu cão por uma estrada quando foram atingidos por um raio e morreram todos. Mas o homem não tinha percebido que morrera e continuou sua caminhada.
A caminhada era longa, morro acima, o sol muito forte e eles sentiram sede. Numa curva do caminho, avistaram um magnífico portão, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, de onde corria uma fonte com águas cristalinas.
O homem dirigiu-se até a entrada e perguntou ao porteiro que guardava a entrada:
- Bom-dia. Que lugar é esse, tão lindo?
- Aqui é o céu. - respondeu o homem
- Que bom que chegamos ao céu, estamos com muita sede.
- O senhor pode entrar e beber água à vontade, mas aqui não se permite a entrada de animais.
O homem ficou muito desapontado, mas não beberia sozinho. Agradeceu e continuou adiante. Depois de muito caminhar, já exaustos, chegaram a um lugar cuja entrada era marcada por uma porteira velha, que se abria para um caminho ladeado de árvores e flores.
À sombra de uma bela árvore, um homem estava deitado, possivelmente adormecido.
- Bom-dia . - disse o caminhante.
O homem acenou a cabeça.
- Estamos com muita sede, pois estamos caminhando há muito tempo .
- Há uma fonte naquelas pedras - disse o homem, indicando o lugar. - Podem beber à vontade.
Os três foram até a fonte e mataram a sede. Em seguida, o homem voltou para agradecer.
- Como se chama esse lugar? - perguntou.
- Céu.
- Céu? Mas o guarda do portão de mármore disse que lá era o céu!
- Aquilo lá não é o céu, é o inferno. Vocês deviam evitar isso. Essa informação falsa deve causar grandes confusões!
O caminhante ficou perplexo, mas sorriu:
- De forma alguma, na verdade, eles nos fizeram um grande favor. Porque lá ficam todos aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos...
Para refletir:
" O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio." Khalil Gibran

sábado, 16 de janeiro de 2010

Depende de você





Um jovem aluno queria desafiar o seu mestre e desenvolver a sua própria maneira de pensar. Pegou, então, um pássaro, prendeu-o entre as mãos e dirigiu-se até ele perguntando-lhe:
- Mestre, este pássaro está vivo ou morto?
Se o mestre dissesse que estava morto, ele abriria a mão e o pássaro voaria. Se a resposta fosse vivo, ele esmagaria a ave entre os dedos e o mestre estaria errado.
- Mestre, o pássaro está vivo ou morto? - insistiu.
Respondeu o mestre calmamente:
- Meu caro aluno, isso vai depender de você.

No dia-a-dia da nossa vida também é assim: os desafios aparecem e depende de nós que atitude tomar para acertar o alvo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A generosidade



A generosidade é uma virtude. É a qualidade de quem é generoso, de quem perdoa, de quem é nobre e leal. É a virtude de quem acrescenta algo para o próximo.Segundo o dicionário, é um substantivo feminino, vindo do latim generositas e significa bondade, liberalidade, ação de quem gosta de dar.

Generosas são as pessoas que sentem prazer em dividir com o outro sem nada receber em troca. O homem generoso coloca seus interesses no mesmo plano do seu próximo. Enquanto que o contrário disso tudo é a ganância.

A generosidade deveria ser um dos pilares da governabilidade de uma sociedade, porque estamos assistindo à ganância e à famosa" Lei do Gerson" se destacarem nos dias atuais. Cada um querendo levar vantagens em tudo e nem ai para o outro. Em alguns casos, essse sentimento desperta dúvidas, um estranhamento em nós ou até um mal-entendido, é quando vemos muito sentimentalismo ou estrelismo, e que a sabedoria popular costuma dizer muito bem: quando o santo vê muita esmola até desconfia.

Encontramos na Bíblia muitos casos de generosidade sincera, sem nenhum interesse, como o caso do menino que deu seu alimento, apenas cinco pães e dois peixinhos, para alimentar toda aquela multidão com fome. Como disse Jesus, é pelos frutos que se conhece a árvore. Também um provérbio árabe diz que Deus julga a árvore pelos frutos, não pelas raizes.

Khalil Gibran, o mais oriental de todos os escritores, escreveu que " a generosidade não está em dar-me aquilo de que preciso mais do que tu, mas em dar-me aquilo de que precisas mais do que eu." E acrescentando o que disse o apóstolo Paulo: "Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria."

A propósito, de uma história sufi: Conta-se que um padeiro desejava muito conhecer o mestre Uways, e este foi um dia a sua padaria disfarçado de mendigo. Começou a comer um pão e o padeiro o espancou e o atirou na rua.

Um discípulo que chegava disse:

- Louco! Não vê que expulsou o mestre que tanto queria conhecer?

Arrependido, o padeiro perguntou-lhe o que podia fazer para ser perdoado. Uways pediu que o convidasse e também seus amigos para comer.

O padeiro então os levou até um excelente restaurante e pediu os pratos mais caros.

Uways, no meio do almoço, disse para os discípulos:

- Assim distinguimos o homem bom do mau. Este homem é capaz de gastar dez moedas de ouro num banquete porque sou importante, mas é incapaz de dar um pão para alimentar um mendigo com fome.

Para refletir: " Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz." Madre Teresa de Calcutá, um exemplo de generosidade.




quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A verdadeira face



Pela vidraça da janela
vejo apenas
meu rosto refletido.

Pelo espelho da sala
vejo meu rosto contido
marcado
sofrido.

Mas é no espelho da alma
que me vejo por inteiro
amando e amado
querido e feliz
imaculado.
(pv)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Delicadeza




Como se define a delicadeza? Para alguns é uma palavra mágica difícil de ser encontrada nos tempos atuais. Para outros, como uma flor no meio do campo, uma coisa singela, uma doçura de gesto ou de expressão. No Aurélio, delicadeza é uma palavra que traduz finura, maciez, suavidade, sensibilidade, escrúpulo, atitude ou comportamento cortês. Aliás, tudo que esperamos encontrar no outro, não é mesmo? Mas , às vezes, esquecemos de praticar, e com isso, está se tornando um sentimento cada vez mais escasso.

Há dias que estamos tristes, pensamentos sufocados, afastados da alegria da massa, querendo um colinho para se aquietar, alguém que afague nossos cabelos, que massageie nossos ombros, um sorriso sincero, uma palavrinha mágica... assim como "bom dia"," oi, tudo bem?", ou outra qualquer que faça você se sentir viva, sabe? Aqueles dias que são meros dias, nada maravilhoso acontece, e, ninguém parece que conhece essa palavrinha mágica!

Houve um tempo na minha vida que, realmente, não pensava muito nela, a vida ia passando, muitos encontros, muitos encantos, nem prestava atenção se me davam bom-dia ou mau-dia, se havia flores pelas estradas ou nos vasos do quintal, se a chuva era à noite ou se o sol não surgiu. Não me preocupava com a simplicidade da natureza nem com a opulência da sobrevivência, só ia vivendo ou navegando, porque como diz o poeta "navegar é preciso, viver não é preciso".

Hoje, necessito de ver a flor na estrada mais do que no vaso, de ganhar um bom-dia, de ouvir a chuva à noite ou de dia, de sentir o sol queimando meu rosto,( com protetor solar é claro!), de receber delicados elogios de pessoas delicadas. Afinal, eu também quero possuir essa delicadeza,
pois é dando que se recebe.

E por falar nisso, é bom lembrar as palavras de Spurgeon:
"Você será lembrado por aquilo que fez de bem aos outros. Portanto, não se preocupe em gravar suas palavras no mármore, e sim nos corações."



domingo, 10 de janeiro de 2010

Coragem de ser diferente


Ser diferente não quer dizer que queremos nos envaidecer ou ser melhor do que o outro. Ser diferente é aceitar nossa condição, é nos aceitarmos do jeito que somos. É difícil, principalmente quando essa diferença nos distingue do outro que se diz ser o modelo ideal. Costumamos, então, nos afastar, nos intimidar e até nos inferiorizarmos, vivendo sob o jugo de um preconceito.
Quando vencemos as discriminações, seguimos em frente do jeito que somos, saímos vencedores
sem manchas ou culpas, vivemos em paz, fazemos o que temos vontade, tornamo-nos fortes e somos felizes. Veja a história a seguir:
Conta-se que um carpinteiro e seus auxiliares viajavam em busca de material quando viram uma árvore gigantesca. Então disse o mestre:
- Não vamos perder tempo, para cortá-la demoraremos muito. Se quisermos fazer um barco, ele afundará de tão pesado o seu tronco. Se resolvermos usá-la para a estrutura de um teto, as paredes terão que ser exageradamente resistentes.
O grupo seguiu em frente.Um dos auxiliares comentou:
-É uma árvore tão grande e não serve para nada!
- Você está enganado. Ela seguiu seu destino à sua maneira. Se fosse igual às outras, já a teríamos cortado. Mas porque teve a coragem de ser diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O que é, o que é?


"Eu fico
com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita
e é bonita..."


Para descobrir a beleza da vida temos de acreditar nela, temos de acreditar em nós, temos de descobrir o entusiasmo de viver, temos de fazer acontecer e acreditar que tudo vai dar certo.
A beleza da vida pode estar muitas vezes no sorriso de uma criança ou nas suas respostas puras e sábias porque não são controladas por ninguém, mas apenas por suas ideias. A beleza da vida está nas coisas mais simples que costumamos deixar para depois ou não queremos ver.
Conta-se que, como manda a tradição, ao entrar na casa do mestre zen, o discípulo deixou do lado de fora os sapatos e o guarda-chuva.
- Vi pela janela que você chegava - comentou o mestre. - Você deixou os sapatos à direita ou à esquerda do guarda-chuva?
- Não tenho a menor ideia. Mas que importância tem isso? Eu estava pensando no segredo do Zen!
- Se você não prestar atenção na vida, jamais aprenderá coisa alguma. Comunique-se com a vida, dê a cada segundo a atenção que merece, este é o segredo zen.
A beleza da vida está simplesmente na arte de viver com sabedoria.