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terça-feira, 27 de julho de 2010

A canção do amor



Um poeta, certa vez, escreveu uma canção de amor, e esta era bela. E ele tirou muitas cópias e as enviou aos seus amigos e conhecidos, homens e mulheres, e até a uma jovem com quem só se havia encontrado uma vez,e que vivia além das montanhas.


E, em um dia ou dois, veio um mensageiro da jovem trazendo uma carta. E a carta dizia:"deixa-me dizer-te, estou profundamente comovida pela canção de amor que escreveste para mim. Vem logo, fala com meu pai e minha mãe, e tratemos dos preparativos para as bodas."


E o poeta respondeu à carta, dizendo à moça:"Minha amiga, isso não era senão uma canção de amor saída do coração de um poeta, cantada por qualquer homem para qualquer mulher."


E ela escreveu-lhe novamente, dizendo: "Hipócrita e mentiroso em palavras. De hoje até o dia do meu enterro, odiarei todos os poetas por tua causa."

COMO É LIMITADA A VISÃO QUE EXALTA A OPEROSIDADE DA FORMIGA ACIMA DO CANTO DO GRILO!
Gibran


**********

Um beijo cheio de olhares apaixonados no coração de todos os meus amigos, homens e mulheres.
Estarei fora por alguns dias, não me enviem cartas com pedidos de comprometimento, porque já estou comprometida. Mas, receberei com carinho e com muito amor todas as canções que me enviarem, porque amo-os demais e não sei mais viver sem vocês.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oração à manhã


Eu te saúdo, manhã bendita!

Raios de luz fulgem tua passagem em agradecimento.

A montanha logo atrás sorri, sorrisos de paz.

Ah! se soubéssemos olhar a vida como ela faz!

Eu te saúdo, manhã iluminada,

raios de sol, matizes sem par,

sons harmoniosos, gorjeios pelo ar...

és um festival de cores!

É inverno o teu tempo, que me importa?

Sinto o cheiro de flores, vejo, no lago, a bruma dançar.

Há vida, há tantos encantos, tantos prazeres!

Quero te festejar.

Eu te saúdo Manhã radiante, projeto divino, podes reinar!

(pv)

domingo, 25 de julho de 2010

luzes


Manhã de luz. Vênus

desponta no horizonte.

No ar, amor ardente.
(pv)

sábado, 24 de julho de 2010

Meus versos


Meus versos não são os teus.
Meus versos são como o pó da estrada em que caminho,
cheios de pedras... são versos quebrados.


Meus versos saem do fundo d'alma dilacerada,

amarga, cansada da labuta que a vida me ofereceu.

São versos luzentes

transparentes

incandescentes

que você não vê

não sente

não lê.


Meus versos abrem caminhos dentro de mim,

caminhos sombrios que jamais conheci.

São meus prazeres, minha fuga, meu porto seguro.

Meus versos são meu espelho, são pedaços de mim...

que cato devagarinho, um a um.

Juntando dores e amores vou tecendo meu poema

vou em frente, vou abrindo as veredas, as feridas

que consegui.


Meus versos não são os teus...
Meus versos são o inverso da vida que quero ter.

Mas, por que não fazê-los?
(pv)
***********

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O presente


A idade de ser feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz

somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível

sonhar e fazer planos

e ter energia bastante para realizá-los

a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida

e viver apaixonadamente

e desfrutar com toda a intensidade

sem medo e nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente

pode criar e recriar a vida

à nossa própria imagem e semelhança

e vestir-se com todas as cores e sabores

e entregar-se a todos os amores sem preconceitos nem pudor

tempo de entusiasmo e coragem

em que todo desafio é mais um convite à luta

que a gente enfrenta com toda disposição

de tentar algo novo, de novo e de novo

e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente

chama-se presente

e tem a duração do instante que passa.

Mario Quintana

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vencerei...


A sabedoria vence todas as formas de medo


Digo não a submeter-me ao medo

Que me tira a alegria de minha liberdade

Que não me deixa arriscar nada,

Que me torna pequeno e mesquinho,

Que me amarra,

Que não me deixa ser direto e franco,

Que me persegue,

Que ocupa negativamente a minha imaginação,

Que sempre pinta visões sombrias.

No entanto, não quero levantar barricadas

por medo do medo.

Quero viver, não quero encarcerar-me.

Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.

Quero pisar firme porque estou seguro,

não para encobrir meu medo.

E quando me calo, quero fazê-lo por amor, não por temer

as consequências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.

Não quero filosofar por medo de que algo

possa atingir-me de perto.

Não quero dobrar-me

só porque tenho medo de não ser amável.

Não quero impor algo aos outros

pelo medo de que possam impor algo a mim;

Por medo de errar, não quero tornar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, para o inaceitável,

por medo de não me sentir seguro novamente.

Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de ser,

caso contrário, ignorado.

Por convicção e amor quero fazer o que faço

e deixar de fazer o que deixo de fazer.

Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao Amor.

E quero crer no reino que existe em mim...

Rudolf Steiner

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A esperança vence o medo


Constatei mais uma vez o fracasso da educação pelo IDEB e pelo ENEM. Espanto, medo, raiva, descaso, revolta, dor, tudo isso veio a minha cabeça nessa hora. O que fiz durante toda a minha vida senão ensinar e passar uma alegria, do meu país, para eles? E agora? Pra onde vamos?
Morre-se dentro da sala de aula, no pátio da escola, na rua da escola... Como levar esperança para essas crianças? Quem deveria morrer são esses ladrões de alegria que andam festejando nos palácios do governo, que não abrem mão das verbas fabulosas, que não investem em educação e saúde.
Como é lamentável ver rios de dinheiro, saídos do nosso bolso, escorrerem para outros lugares impróprios, como malas e cuecões.Quem deveria ser banido de nossa sociedade são esses ladrões de esperança, que nos roubam o que ainda consegue manter nossa dignidade de pé - a esperança.
Estamos às portas de novas eleições, e daí? Nada mudará. Até lá, esqueceremos dos apagões, dos engarrafamentos, dos tiros perdidos e achados, das tragédias com a natureza largada e mal cuidada, dos crimes bárbaros e até da copa que o Brasil perdeu...
Como acabar com essas tragédias que assolam o nosso país? Acabaram com a saúva(será?), então, por que não podemos acabar com esse bando de gafanhotos que voam sobre nós?
Para consertar nosso Brasil, precisamos consertar o brasileiro. Por que não, começando pelo voto? Como aquela história do beija-flor, vou começar por mim. Se cada um fizer a sua parte, com certeza venceremos o medo.
Prefiro acreditar nas palavras de Cora Coralina:
"Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pra onde vamos?


E por falar em Educação, olha onde vamos parar se a coisa não tomar outro rumo.

Li esse texto há algum tempo atrás, mas não acreditei que já estivesse nesse pé. Lendo as notícias fresquinhas do ENEM pude verificar e acreditar que as coisas vão de mal a pior.

Leiam comigo:

1)Ensino de matemática em 1950:

Um lenhador vende um carro de de lenha por R$100. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2)Ensino de matemática em 1970:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100. o custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80. Qual é o lucro?

3) Ensino de matemática em 1980:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100. O custo de produção é R$80. Qual é o lucro?

4)Ensino de matemática em 1990:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100. O custo de produção é R$80. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

( ) R$20 ( ) R$40 ( ) R$60 ( ) R$80 ( ) R$100

5) Ensino de matemática em 2000:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100.O custo de produção é R$80. O lucro é de R$20. Está certo?

( ) Sim ( ) Não

6) Ensino de matemática em 2009:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100. O custo de produção é R$80. Se você souber ler coloque um X no R$20.

( )R$20 ( ) R$ 40 ( ) R$60 ( ) R$80 ( ) R$100

7) Em 2010 vai ser assim:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100. O custo de produção é R$80. Se você souber ler coloque um X no R$20. (Se você é afrodescendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder).

(X) R$20 ( ) R$40 ( ) R$60 ( ) R$80 ( ) R$100

E parece que nem assim o resultado do provão foi satisfatório, basta ver o fracasso estampado em todas as manchetes do país.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Para além da esperança


Acabei de assistir ao filme "Preciosa - uma história de esperança". Filme que concorreu ao Oscar em seis indicações, mas ficou apenas com o da atriz coadjuvante, que não era a Preciosa. Vá entender essa Academia!

A história se passou no Harlem, bairro de Manhattan, em Nova York, conhecido pelo alto índice de violência, que tive o privilégio de conhecer de passagem quando lá estive.

A adolescente Claireece Precious Jones é uma jovem de 16 anos, negra, bem avantajada de corpo, boca redonda de lábios bem contornados e carnudos, olhar tristonho e profundo, como se quisesse metralhar alguma coisa. Ao fixar meu olhar no dela, pareceu-me que ela iria reagir brutalmente com um soco ou um palavrão, mas puro engano. Preciosa quase fechou os olhos e muda ficou. Era quase sempre assim que se comportava. A não ser quando alguém ofendia algo precioso seu. Foi o caso do colega que respondeu ao professor que ela amava, e outra colega que zombou dela. Duas bofetadas certeiras calaram a boca maldita dos dois indesejáveis.

Preciosa sofreu as mais absurdas humilhações na sua vida. Foi violentada pelo pai desde os 3 anos de idade, o que lhe deu dois filhos, da sua mãe só ganhou violência, maus tratos e exploração, ganhou dela o medo e aquele corpaço. Como sofria a pobre Claireece! Vale a pena ver esse filme!

Creio que histórias como essa existem aos milhares aqui no Brasil e em todas as partes do mundo. Há poucos dias vimos nos noticiários um homem que mantinha em cativeiro sua filha, juntamente com os filhos que tivera com ela, e não tinham direito de ir à escola, isso lá no primeiro mundo! Aqui, também, no Nordeste e em Minas Gerais ocorreu coisa parecida. Nossa!

É de ficar boquiaberto, em pleno século 21!

De volta ao filme, algo me deixou perplexa e concluí que o que salvou Preciosa das garras da ignorância e do sub-mundo em que vivia foi a escola. Lá ela conheceu o amor , um amor incondicional ao seu professor, com ele sonhava ser uma mulher bonita, elegante. Depois, conheceu o amor fraternal, o amor ao próximo que sua nova professora lhe ofereceu. E, aí então, conheceu o amor materno, que nunca tivera, esse amor que não vê defeitos, que não enxerga empecilhos, que nos faz ir adiante derrubando barreiras, enfrentando os monstros, só para salvar nossos filhos e tê-los conosco.

A escola foi, portanto, a tábua de salvação para ela. Foi lá que Preciosa viu a esperança nascer.

Trabalhei com educação durante 43 anos, aposentei-me e ainda estou esperando por uma história de esperança nos lares da nossa gente sofrida e tão distante dessa nossa pátria gentil.

Investir em educação, como fez a professora de Claireece, é um exemplo para todos, mas não é o que temos visto de fato. Muitas propagandas, muito ilusionismo, mas não existe educação para todos. Chega de mentiras, porque os números estão aí. O analfabetismo ainda é grande e a evasão também. Queremos, sim, uma educação que salva da ignorância, que salva da discriminação, que salva da miséria, que salva vidas perdidas e violentadas, mutiladas de saber.

Quermos uma educação que aponta para além da esperança.

domingo, 18 de julho de 2010

O poeta que queria ser árvore


"Essa fusão com a natureza tirava minha liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem. Perdoem-me os leitores desta entrada mas vou copiar de mim quatro desenhos verbais que fiz para este livro. Acho-os como os"impossíveis verossímeis"do nosso mestre Aristóteles.
Dou quatro exemplos:
1) É nos loucos que grassam luarais;
2) Eu queria crescer pra passarinho;
3) Sapo é um pedaço de chão que pula;
4) Poesia é a infância da língua.
Sei que os meus desenhos verbais nada significam.
Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidade."

Manoel de Barros in "Poesia Completa"

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A vida é bela


O adolescente

A vida é tão bela que chega a dar medo.

Não o medo que paralisa e gela,

estátua súbita,

mas

esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz

o jovem felino seguir para a frente farejando o vento

ao sair, a primeira vez, da gruta.



Medo que ofusca: luz!



Cumplicentemente,

as folhas contam-te um segredo

velho como o mundo:



Adolescente, olha! A vida é nova...

A vida é nova e anda nua

- vestida apenas com o teu desejo!

Mario Quintana

quinta-feira, 15 de julho de 2010

E por falar...


Das utopias

Se as coisas são inatingíveis

Ora... não é motivo para não querê-las

Que tristes os caminhos

Se não fora a presença distante das estrelas.
(Mario Quintana)

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Mais um recado de Quintana que não pode ser esquecido. Temos de ver a beleza mesmo nas impossibilidades que se nos apresentam.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Só Quintana


A oferenda



Eu queria trazer-te uns versos muito lindos...

Trago-te estas mãos vazias

Que vão tomando a forma do teu seio.

Mario Quintana


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A ele, o homem que respirava lirismo e encantamento, minha homenagem singela.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Caminho


Em busca de um caminho

Não vê que somos viajantes?

E você me pergunta:

- Que é viajar?

Eu respondo com uma palavra: é avançar!

Experimenta isso em você.

Que sempre te desagrade ser o que você é,

Para que seja um dia aquilo que você ainda não é,

Com efeito, no dia em que você parar de avançar e disser:

-Até aqui já basta, então você já está morto.

Avance sempre, ande sempre.

Não fique parado no caminho.

Está imóvel aquele que não avança

Está andando de marcha-ré aquele que volta de onde partiu.

E perde o caminho aquele que se afasta de um ideal.

Santo Agostinho

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Você tem valor


Quero que valorize o que você tem

você é um ser você é alguém

tão importante para Deus Nada de ficar sofrendo
angústia e dor nesse seu complexo interior dizendo as vezes
que não é ninguém
Eu venho falar do valor que você tem Há.... eu venho falar
do valor que você tem
Ele está em você o Espírito Santo se move em você até com
gemidos inexprimíveis , inexprimiveis daí você pode então
perceber que pra ele há algo importante em você por isso
levante e cante exalte ao Senhor

Você tem valor e o Espírito Santo se move em você
Você tem valor e o Espírito Santo se move em você....

Quero te dizer que você é uma pessoa que tem valores, às vezes fica pra baixo, deprimida, angustiada, se sentindo muito pequena. Mas Deus não te fez para olhar desse jeito. Você tem valor. Eu tenho valor. É preciso acreditar nisso, porque é a verdade. Não fomos criados para a inutilidade, para a banalidade, fomos criados para ser filhos do Rei.

Segundo o evangelho de Lucas 15, três coisas estavam perdidas: a ovelha, a moeda e os dois filhos. Deus não quer que nos sintamos perdidos, por isso é bom que façamos dessa passagem uma bela e boa reflexão.

A ovelha, citada por Lucas, não está dentro do aprisco, mas perdida, não sabe o caminho de volta. Quantas vezes no sentimos assim! Não sabemos para onde ir, o que fazer de nossa vida. E, é aí que o bicho pega. Muitos são os que vem nos dar a mão errada, nos puxar para o abismo, e na ânsia de encontrar a solução, nos deixamos levar facilmente, não vemos o perigo logo ali.

A moeda perdida está dentro da nossa casa, mas não conseguimos encontrá-la. Às vezes perdemos nossa auto-estima, perdemos a alegria, o ânimo, o respeito, o diálogo, a vontade de viver, e não há jeito de encontrar. Até procuramos, mas nos cansamos e desistimos.

Os dois filhos também estão perdidos. Não sabem bem o que querem. O mais novo troca todo seu tesouro familiar por bens materiais e orgias, na verdade, quer conhecer os prazeres mundanos, o desconhecido, e na sua inexperiência vai se perdendo, acaba tendo pena de si mesmo. O segundo filho, também se perde no seu orgulho, na sua prepotência, se achava o melhor, o bonzinho. Na hora da escolha faz suas cobranças, não quer perder nada. É ambicioso por demais.

Três modelos, três retratos que se encaixam muito bem com a realidade que estamos vivendo atualmente. Estamos perdendo nossos valores e não estamos percebendo ou nem procurando.Nos três exemplos, todos procuraram por aquilo que perderam até encontrar.

Quais os valores que estamos deixando para trás? Quais os valores que não são mais importantes para nós, hoje em dia?
Para refletir:
"Eu preciso estar livre para ser capaz de dizer meus pensamentos a vocês, de falar sobre meus julgamentos e valores, de expor os meus erros e as minhas vergonhas, de repartir minhas vitórias, antes que eu possa realmente estar seguro daquilo que sou e daquilo que posso vir a ser." Powell


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Não foram dez os curados? Onde estão os outros?


Essa passagem da bíblia nos remete a uma época em que dez pessoas foram curadas de uma terrível doença - a lepra.

Naquela época, a lepra além de ser incurável, era terrível , porque desfigurava a pessoa que era discriminada, tinha de viver fora da sociedade por ser considerada impura segundo a lei mosaica.

Nos tempos atuais, quando falamos em aids, câncer, a lepra já não é tão assustadora, ficamos com medo, assustados, pedimos a Deus que nos livre desse mal. Portanto, não somos tão diferentes, não. Na verdade, nos preocupamos mais com a doença do corpo do que da alma, que nos transfigura tanto por dentro quanto por fora. Como ficamos transtornados quando estamos irados, com ciúmes, inveja ou ódio!

A ingratidão é uma dessas doenças.

O evangelho de Lucas nos conta que dez leprosos foram curados, mas só um voltou para agradecer. Ele foi curado por fora, por isso foi ao sacerdote, para que atestasse que estava realmente limpo. Mas, ele foi curado também por dentro, da doença da ingratidão, por isso voltou para agradecer. Esse foi curado no corpo e na alma. "Não foram dez os curados? Onde estão os outros?" Que grande lição podemos tirar para nós nesta passagem bíblica!

Na dor e no sofrimento nos juntamos aos outros, indiferentes do seu estado financeiro ou de seus valores. Nos sentimos iguais, estamos no mesmo barco, que diferença faz?

Costumamos pedir muito, insistir nos pedidos, mas esquecemos rapidamente de agradecer. Jesus continuou, mesmo assim, curando aquele povo e o amando.

Há momentos, na nossa vida, em que sofremos ingratidão, mas não devemos desistir. Como disse Paulo: "Não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos".

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Decepcionada



Hoje, deparei-me com a decepção em pessoa, ou melhor, em pessoas. Sabe aquele encontro que você prevê que um dia vai acontecer, você até sente um friozinho na barriga, esperando ansiosa? É isso. Acho que é fruto da distância, da separação, do afastamento.


Decepcionar-se com alguém é desiludir-se, desencantar-se. Pois foi isso que aconteceu comigo: desencantei-me. Por mais que eu soubesse que poderia acontecer, veio muito rápido.


Decepcionamo-nos com o governo que impera absoluto, com a educação que não vai nada bem, com a saúde, com os impostos altíssimos cobrados, com a violência, com a fila de espera no banco, com o mau funcionamento das repartições públicas, com o péssimo atendimento dos funcionários, com o máximo salário dos nobres e com o mínimo dos assalariados, inclusive dos professores, dos quais faço parte, com a miséria... com as doenças... com os acidentes...( vou parar com a lista por aqui), mas principalmente com as pessoas que convivemos. Talvez, porque nos atinge bem de perto, vem como uma pedrada, não sabemos de onde.


Será que não sou eu que estou viajando muito? Estou nas nuvens, preciso aterrisar. Dedico-me demais às pessoas e nem sempre recebo de volta. Não estão nem aí. Os valores são diferentes. Cada pessoa tem um jeito de pensar e agir, não são como quero que sejam. Por que esperar mais de quem não tem nada para dar.


Um dia ouvi de um querido amigo que só damos quando está sobrando. Então, deve ser isso. Vou me consolar. Lembrei-me também da máxima de Machado de Assis:


Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.


Na verdade, hoje eu caí das nuvens, literalmente, não deu para machucar. já me levantei e segui em frente.