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sexta-feira, 30 de abril de 2010

semeando




Palavras são sementes
que se espalham no ar
que risco e rabisco
que faço brotar
na página sem vida
do meu caderno de sonhos
na mente pálida e repleta
de prazeres, de anseios
de olhares mais profundos
dos relatos e dos fatos
já vividos e sonhados
dos saberes já contados
que vão dando à minha vida
o sentido de viver.

Vou semeando pelos caminhos
de terra boa, cheia de pedras
ou de espinhos,
palavras úteis, inúteis.
Depende apenas do solo
se vão florescer.
(pv)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Salve Avatar!




Não sou fã de filme de ficção, por isso disse logo que não assistiria a Avatar, mesmo sabendo que tinha tantas indicações ao Oscar. Aquelas criaturas azuis não me convenciam! Mas, aí comecei a ler as críricas, ouvi comentários de amigos e soube pela história que tem muito a ver com a preservação do nosso planeta.


Os na'vi, habitantes do planeta Pandora, ao contrário dos terráqueos, são "ligadíssimos", literalmente, com o meio ambiente. Comecei então a me interessar pelo filme.


Não vi Avatar em 3D, mas confesso que gostei de Pandora de cara, de suas árvores imensas, seus riachos e cachoeiras, e até de seus nativos azuis, tudo muito exuberante! A mensagem era clara: Salvar o planeta!...


Segundo James Cameron, nós somos os bandidos do meio ambiente e os extraterrestres criaturas evoluídas e bem interessadas. Ao visitar a Amazônia, alguns dias atrás, Cameron comprou mais uma briga em defesa do planeta, ou melhor, dos nossos na'vi brasileiros, de pele vermelha, cara pintada, os bons selvagens que deverão sair de suas aldeias às margens do rio Xingu, porque máquinas modernas e possantes, verdadeiros monstros do progresso que destroçam a beleza do lugar, chegarão em breve para construir a usina,literalmente chamada de Belo Monte.


Grandes paradoxos! Belo Monte foi projetada para ser a terceira maior do mundo, porém não se sabe ainda a extensão da floresta que será desmatada; um belíssimo monte de dinheiro nosso será usado para destruir o equilíbrio do nosso planeta (sem a minha aprovação, é claro!) pelo homem de pele branca, cara lavada, mau civilizado, cheio de más intenções e ambições e que só age de acordo com seus métodos, interesses e conveniências.
Como em Avatar, nossos na'vi estão prontos para uma batalha em defesa do seu planeta Terra.

Salve Avatar! Salvem nosso planeta!!!












quarta-feira, 28 de abril de 2010

Todos pela educação?


Hoje é o dia da Educação, e como professora há mais de 40 anos, não poderia deixar passar esta data em branco. Dizem que a melhor maneira de comemorar a data é trabalhar por ela. Foi o que fiz, durante toda a minha vida.
Queremos uma educação de qualidade, mas nem sempre nos esforçamos para tal. E o pior é que parece que já nos acostumamos com essa ideia, pois ela não vai tão bem assim. Ela é um ato global de toda a sociedade, não de apenas um cidadão. Educação não se faz somente na escola, mas em casa, na rua, na igreja, em qualquer lugar. O papel da escola é preparar para a sociedade, é transformar o cidadão para viver numa sociedade justa e mais organizada. Será que estamos preparando mesmo? Pois o que vemos é uma sociedade machista, violenta e corrupta, buscando sempre sua conveniência. Ainda não conseguimos alcançar essa Educação para todos e de qualidade, mas não podemos cruzar os braços, podemos denunciar, espalhar e anunciar.
"Por que nós, que fomos capazes de fazer indústrias e cidades e algumas façanhas mais como essa Brasília, não fomos e nem somos capazes de fazer essa coisa elementar: ensinar a todos a ler, escrever e contar?" Darcy Ribeiro

terça-feira, 27 de abril de 2010

Vale a pena ler de novo


Escolhi algumas frases, que achei importantes, sobre as datas comemorativas do mês de abril.





*Sobre a inauguração de Brasília, hoje com 50 anos:



"Brasília: saudoso genial urbanista projetou, candangos construíram, políticos profissionais destroçaram"
De, Fernando S. Lacorte



"Nos seus 5o anos, Brasília está mal na foto, sem o brilho sonhado por quem a idealizou. A corrupção, o roubo do dinheiro público, o descaramento dos mensaleiros tiram o brilho de qualquer festa."
De, Maria Ceci do Vale





* Sobre o índio brasileiro diante de uma nova disputa pelo seu espaço:



"Belo Monte vai atrapalhar nossa vida. No verão, a lancha não sai, e temos de andar mais para chegar à água.Os peixes vão ficar mais concentrados nos poços, e os pescadores vão descer para pescar por aqui. E os peixes, que comem frutas caídas das árvores no período das cheias, vão ter menos alimento. Com o sol, as águas vão esquentar, e os peixes vão morrer."
De, Giliarde Jacinto Juruna, índio que mora na aldeia Paquiçamba no rio Xingu onde será construída a usina de Belo Monte.



"Nossos arcos e flechas estão guardados em casa, cada um tem seu arco e flecha guardado em casa. Mas, ao mesmo tempo, a gente está usando notebooks. Hoje, essas são realmente nossas ferramentas de diálogo para construit um mundo melhor."
De, Almir, chefe do clã Gamebey da tribo Suruí usando a internet contra o desmatamento da Amazônia





* sobre o dia do planeta Terra:



"Somente após a última árvore ser cortada.
Somente após o último rio ser envenenado.
Somente após o último peixe ser pescado.
Somente então o homem descobrirá que dinheiro não pode ser comido!

Provérbio indígena americano


****

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O que temos feito por ele?

Ele nos dá tudo isso e não pede nada, apenas espera que saibamos cuidar
e preservar para que não acabe.
As araras, por exemplo, estão quase extintas.
As orquídeas também ameaçadas, já não florescem no seu habitat natural.


Nossas praias, nossos verdes, nossas águas já não são mais os mesmos e não estamos fazendo nada por eles.








No pantanal, o gado vive em harmonia com o meio ambiente.

Há algum tempo atrás, comemorávamos nas escolas o 22 de abril como o dia do descobrimento do Brasil.
Hoje, nessa data, lembramos o dia da Terra. Um lembrete muito decisivo para nossa vida: o nosso planeta ainda está vivo!




PARA REFLETIR:

A Terra é, até certo ponto, nossa mãe. É generosa, porque tolera o que fazemos. Entretanto, chegamos a um ponto em que nosso poder de destruição tem sido tão grande que a mãe Terra está sendo forçada a nos recomendar mais cuidado. Há muitos sinais que deixam isso bem claro. A natureza também tem suas limitações.

Dalai-Lama

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sempre à margem


"Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi."
Gonçalves Dias, em I-Juca-Pirama
.
.


Dia do índio... lembrados ainda nas escolas em alguns trabalhos em grupo, talvez em algum filme antigo na tv, ou por algum amante desse povo excluído, quase extinto - presentes mesmo nos livros de História do Brasil.


Hoje, talvez apareça nas primeiras páginas dos jornais como um assunto polêmico diante da preocupante criação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A preocupação maior é a usina, não o habitante daquelas terras e sua cultura.


Tupis, goitacases, guaranis,nambikwaras,yanomanis,kaiapós, jês ou karajás, todos esses ou outros tantos conhecidos e desconhecidos, ex-donos desseBrasil devem ser respeitados e reconhecidos como parte da nossa cultura.


Levi-Strauss se referiu assim ao indígena brasileiro ao iniciar suas atividades antropológicas.
"Fui em busca do selvagem e encontrei o homem."

De Caetano Veloso:
Um índio

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

(Refrão)

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

quarta-feira, 14 de abril de 2010

bem brasileiro



Em homenagem ao cafezinho bem brasileiro:


Já tomou seu cafezinho, hoje?
Café com pão
Café com leite
Café amargo
Café expresso
Café quentinho
Café gelado
Com canela
Ou com creme
Um capucino
Só para saborear.
Essa bebida tão popular
no coador de pano
ou no filtro de papel
de geração em geração
vem se renovando.
Acompanhado ou sozinho
numa xícara ou no copinho
uma iguaria brasileira
que nunca pode faltar.
(pv)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Os diamantes estavam lá



Houve um homem chamado Ali Hafed que vivia no Irã. Era um grande fazendeiro e estava contente com sua situação: era rico, tinha esposa e filhos, criava carneiros, camelos e plantava trigo.

- Se um homem tem esposa, filhos,camelos, saúde e a paz de Deus, é um homem feliz. - dizia ele.

Certo dia, um sacerdote veio visitá-lo e falou de uma coisa estranha que se chamava diamante. Ele jamais ouvira falar em diamantes. E o sacerdote dizia que eles cintilavam como milhões de sóis, as coisas mais lindas do mundo.

Ali começou a sentir-se descontente e perguntou onde se poderia encontrar esses diamantes. O sacerdote disse-lhe que em qualquer parte do mundo.

- Procure um riacho de águas cristalinas correndo sobre areias brancas em regiões montanhosas e os achará.

Ali tomou uma decisão: vendeu a fazenda, confiou a família a vizinhos e foi à procura deles. Viajou pela Palestina, no vale do Nilo e chegou à Espanha e nada encontrou. Estava sem recursos e até sem poder se comunicar com a família. Num acesso de desespero, lançou-se ao mar e morreu.

Nisso, o homem que comprara sua fazenda achara uma pedra negra enquanto o seu camelo bebia água num riacho. Levou-a para casa, colocou-a na lareira e esqueceu-se dela.

Um dia, o sacerdote voltou, olhou para aquela pedra e viu um lampejo saindo de uma lasca.

- Um diamante! Onde o achou? perguntou para o homem.

- Encontrei-o nas areias do riacho onde levo meu camelo para beber água. - respondeu prontamente.

Correram até lá, cavaram e acharam mais diamantes, a maior mina do mundo, a mina de diamante Golconda.

*******************

A lição é clara. Os diamantes estavam o tempo todo no quintal de Ali, só que ele não os via.

Podemos viver uma vida inteira à procura da felicidade enquanto ela pode estar bem embaixo dos nossos pés.

Não importa onde estamos plantados, mas sim o que somos.Não é o lugar que faz a pessoa, é a pessoa que faz o lugar.

Nas cartas aos filipenses, Paulo escreveu: "Aprendei a viver contente em toda e qualquer situação." Ele pôs em prática esse princípio, porque na prisão onde estava plantado, floriu e produziu a literatura cristã que chamamos as Cartas de Paulo.
No lugar onde estamos pode haver montões de diamantes - de alegria, de felicidade, de vida, de determinação de ousadia, de dignidade, de honestidade... - tudo o que precisamos é descobri-los...
Deus nos colocou onde estamos porque Ele pode ver diamantes nas rochas que estão ao nosso redor.





sexta-feira, 9 de abril de 2010

Amigo é coisa pra se guardar

Assim diz a música: "Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito."Por mais distante que ele esteja, tanto no espaço quanto no tempo, amigo fica pra sempre no nosso coração.

Há um mês atrás, pude ver e constatar a presença dos amigos do meu filho no seu casamento. Vi a alegria em cada sorriso, senti o calor do abraço, do aperto de mão. Amigos para sempre.

Ontem, entendi o valor de uma amizade que parecia distante, escondida... Que nada! Bastou eu abrir uma página na Net, ver uma foto de uma amiga e lá vieram as lembranças!

Fui bem mais atrás, no arquivo da minha história, busquei momentos de risos, de segredinhos, de namoros, de brincadeiras, de estudos (época do colegial), de jogos, das jabuticabeiras pretinhas de tão carregadas, e nós lá em cima nos galhos mais franzinos nos equilibrando para pegar as maiores. Ai, que saudades!!!

Amiga, qualquer dia desses, eu volto para te encontrar e relembrar tudinho , tudinho, quem sabe para nossos netos, sentados a nossa volta, ouvindo nossas histórias que são tantas! Qualquer dia, amiga, a gente ainda vai se encontrar...

Kahlil Gibran soube muito bem definir e expressar o valor desse sentimento nesse poema em prosa que deixo aqui.

•"
Um jovem disse: "Fala-nos da Amizade."
E ele respondeu, dizendo:
"O vosso amigo é a resposta às vossas necessidades.
Ele é vosso campo, que cultivais com amor e colheis com gratidão.
E é o vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides até ele com fome e nele procurais a paz.
Quando o vosso amigo expõe sua opinião, não temeis o "não" que está em vossa mente, nem segurais o "sim".
E quando ele está calado o vosso coração não deixa de ouvir o coração dele;
Pois na amizade, todos os pensamentos, todos os desejos, todas as esperanças nascem e são partilhadas sem palavras, em uma alegria não declarada.
Quando vos separais de um amigo não fiqueis aflitos, pois aquilo que mais amais nele ficará mais claro com a sua ausência, tal como a montanha, para quem a escala, é mais nítida vista da planície.
E que não haja outro propósito na amizade que não o aprofundamento do espírito.
Pois o amor que busca outra coisa que não a descoberta de seu próprio mistério não é amor, mas uma rede lançada que só apanha o que não é essencial.
O que há de melhor em vós, que seja para o vosso amigo.
Se ele tem de conhecer a vazante de vossa maré, que conheça também a enchente.
Pois o que seria vosso amigo se apenas o procurásseis para matar o tempo?
Procurai-o sempre com horas para viver.
Pois ele é pra preencher vossa necessidade, não vosso vazio.
E na doçura da amizade que haja o riso, e a partilha de prazeres.
Pois é no orvalho das pequenas coisas que o coração encontra a frescura do seu amanhecer."

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E o vento levou




Um vento sopra forte lá fora

Varre folhas mortas caídas no chão

Só não varre essa solidão

de dentro do meu coração.


Por que não leva contigo

pra bem longe de mim

essa tristeza que insiste

em varrer os meus cantos

desse jeito assim?


Chega de ais, cessa o teu canto

porque só de encantos

eu quero viver.
(pv)