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domingo, 30 de janeiro de 2011

Nem tudo está perdido


Nem tudo está perdido...
Atrás da minha casa passa um rio e atrás dele há um morro, que desabou bastante nestas chuvas, mas não causou vítimas, graças a Deus.
Nesses dias de intempéries, daqui da janela, da casa onde estou, passei muito tempo olhando para esse morro, observando os cachorros que moram ali, ou, com desculpas, talvez, para vigiá-lo com medo de ele cair. E um fato me chamou muito a atenção: a atitude desses animais.
No dia seguinte da tragédia, um deles caiu na ribanceira, achei que ele procurava um dos seus filhotes pela sua insistência em olhar o barro e as árvores caídas. Ela tentava subir o morro, mas não conseguia. Foram várias tentativas, até que me distraí e a perdi de vista. Desapareceu.
No outro dia, aliviada, vi que ela estava com dois filhotinhos branquinhos novamente lá em cima, dei graças a Deus e continuei a olhá-los. Então, vi que eram três: dois branquinhos e um pretinho. Cheguei à conclusão de que ela estava apenas sondando o local. E, a cada dia, novas surpresas: já eram quatro filhotes.
Os grandes latiam muito diante do barulho das máquinas ou de outro animal que tentava invadir seu espaço. Desciam e subiam o morro ao sinal de um barulho novo, enquanto os pequeninos ficavam lá em cima olhando tudo, obedientes à espera de um gesto da mãe.
Com isso, fui me distraindo e vendo o carinho, a proteção da mãe com os seus.
Agora, eles já desciam a trilha, que os homens fizeram, atrás dos maiores. Latiam também, não queriam mais ficar para trás. Já vieram até à rua, olharam e deitaram no meio fio sem receio de nada.
A vida continua e o pedaço é deles ainda.
Que exemplo pude tirar!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Por que não?

Faço minhas as palavras da psicanalista Rosa Reis publicadas num artigo intitulado: "Por que nos omitimos?" muito a calhar nesse momento de tragédia.
Ela inicia assim:
"Há muito tempo, diariamente, estamos sobrevivendo - algo bem diferente de viver.
(...)
De repente, como se acordássemos de um sonho, a realidade se impõe mais uma vez...
Só podemos falar em tragédia quando um fato acontece inesperadamente. Não podemos admitir como tragédia algo que vinha se anunciando. Por se anunciar, ela está nos dando a chance de evitá-la, clamando por ações.
Resta à sociedade chorar, culpar-se para aliviar a própria culpa, culpar e pedir indenização. Mas, o que vamos indenizar? Quanto vale os abraços que os filhos que ficaram órfãos deixaão de receber? Quanto vale o vazio deixado em uma família pela ausência de um filho que estava iniciando a vida ou uma carreira? Quanto vale uma vida interrompida abruptamente? E os sonhos não realizados? E as lembranças traumáticas? E a culpa que padecem os que sobreviveram?
O que constatamos é como estamos desamparados. A cada acidente, a cada falcatrua descoberta, aparecem pessoas que sabiam, relatórios que assinalavam, pessoas que se omitiam, ou que quiseram se beneficiar.
(...)
Estamos a todo momento experimentando a sensação de que algo muito ruim vai nos acontecer. Na verdade, tememos o que já aconteceu.
(...)
Elegemos líderes que não cumprem as promessas de campanha. Depois de eleitos, tornam-se privilegiados, recebendo mordomias, bons salários e aplausos, deixando de ver o cidadão que é submetido a todo tipo de desrespeito. Cidadão que luta para sobreviver...
Ao não investir e respeitar o cidadão, a nação perde sua grande chance, abrindo caminhos para sua própria destruição."
****
Rosa escreveu tudo que sinto na minha alma e tenho vontade de gritar para o mundo.
Tenho dito.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O rio


Que rio é esse que avançou sobrenatural

sobre o meu rio calmo e dormente no seu leito?

Esse é outro, feroz, avassalador, chegou sem avisar

se apossou de suas entranhas

o violentou.

Veio se contorcendo

doendo

esbravejando

alagando

destruindo

possuindo.

Na escuridão, seu barulho ensurdecedor

apavora

traz dor

ignora o meu grito

meu pranto doído.

Ai, meu Deus!

O silêncio é mortal

conto os minutos, os segundos

a hora não passa.

Quero sair daqui

estou viva...

confusa...

Não sei

Não penso

Não sou

Confundo-me...

Estou rio...

(pv)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

GRATA

Agradecendo
agradecida
grata
dando glórias
esperançosa
confortada
confiante
firme
de pé
com fé
OBRIGADA

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Agradecida

Queridos amigos,
o meu silêncio teve causa.
Em primeiro lugar, ficamos sem energia, sem computador (perdemos). A agua invadiu minha casa, perdemos tudo, mas o principal não: nossa vida, graças a Deus.
Estamos fora de casa, na casa de parentes. Minha casa fica às margens do rio, esse que já cantei versos.
Depois, meu estado emocional não ficou bem, passei por crise, choque, estou me recuperando aos poucos. Eu, meu marido e minha filha ficamos presos dentro de casa, sem saída, vendo a água subir...Pânico...Está passando, graças a Deus.
Meu bairro, no centro, um caos. Tudo fechado. Muita lama. Á noite, mais sufoco, parecia um deserto, muitos saíram de suas casas, ficamos apenas 3 famílias na rua, não podíamos sair, porque temos pessoas da família doentes de cama.Recebemos água e alimentos, graças a Deus não faltou nada. o comércio foi abrindo aos pouquinhos.
Depois de 8 dias, as máquinas chegaram para limpar toda lama e lixo das casas jogados na rua.
Somente agora, estou mais fortalecida e podendo escrever, dar notícias.
Agradeço, imensamente e recebo de coração suas orações e palavras amigas, encorajadoras.
Preciso realmente.
Beijos e abraços apertados
Piedade

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

agradecendo

Estamos vivos, graças a Deus

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Lá vem o trem...


Lá vem o trem!

Lá vem o trem

e vai trazer o meu bem...

vai trazer o meu bem!


Da curva da estrada

ouço já o seu chiado.

Lá vem o trem

Lá vem o trem

Chiuí...piuí...piuí

hem... hem...hem...


Dentro dele vem tanta coisa

e coisa que me faz bem.

Vem moço bonito,

moça elegante também.

Vem seu Manuel,

o mais rico da região

e seu Zé da horta também vem.

Mas do que mais gosto

o condutor joga no chão:

um grande embrulho

com almanaques e gibis.


Eu corria para ver,

mas minha mãe não deixava,

dizia: o trem é um dragão

que solta fumaça nas ventas

e pega menina bonita

pra fazer sabão.

Sei que ela me enganava,

pois era uma grande festa

quando chegava à estação.


A molecada gritava:

algodão-doce e amendoim!

E o seu João vendia seu pastel

de vagão em vagão.


Toda essa alegria

todo dia o trem trazia.

Hem...Hem...Hem...

Piuí...piuí...

Lá vem o trem!

Lá vem o trem!


No silêncio do meu quarto

ouço um apito soar,

é o guarda da esquina

fazendo o trânsito parar.

Ai, que tantas saudades,

só vendo o tempo passar.


Não há mais curvas na estrada,

nem risos da molecada.

Não há mais trem...

Que pena!

Não vem o trem...

Não veio o trem...

e não trouxe o meu bem...
(pv)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Frases...


Frases inesquecíveis II
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"Sempre dói mais ter algo e perdê-lo do que não ter aquilo desde o começo."
O caçador de pipas
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"Você nunca chegará a 100% se contentando com 99%."
À procura da felicidade
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"No coração do homem existem dois lobos que vivem brigando. Um é o amor e o outro é o ódio. Quem ganha? O que você alimentar mais..."
Desbravadores
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"As nossas cicatrizes têm o poder de nos recordar que o passado foi real."
Dragão vermelho
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"As pessoas feridas são mais perigosas, pois sabem que podem sobreviver."
Perdas e danos
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"A maioria das pessoas vem ao mundo apenas para viver, outras tantas para fazer história, porém são poucas as que nascem para ser uma lenda."
Eu sou a lenda
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

frases inesquecíveis...


Frases inesquecíveis do cinema:


"Quando se tem uma inspiração, deve-se confiar nela e agir."
O segredo

***
"Se preocupar é como estar numa cadeira de balanço, te dá o que fazer mas não leva a lugar nenhum."
O dono da festa

***

"Na vida há tempo para se arriscar e tempo para se ser cauteloso. E um homem sensato sabe qual é a altura certa para cada uma destas coisas."
A sociedade dos poetas mortos

***

"Senhores, a única forma de alcançar o impossível é pensar que é possível."
Alice no país das maravilhas

***

"Se você não quer ouvir a verdade ninguém pode dizê-lo a você."
Paixão de Cristo

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"Deixem que seus amigos subestimem suas qualidades e que seus inimigos superestimem seus defeitos."
O poderoso chefão

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"Tenho que continuar respirando porque amanhã o sol nascerá. Quem sabe o que a maré poderá trazer?
Náufrago

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"Se você luta com o mesmo adversário há muito tempo, você aprende suas táticas."
Leões e cordeiros

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"Lutar não é bom, mas se você tiver que lutar, vença."
Karate Kid

***

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Obrigada...


Obrigada, Franck!

Obrigada, Clarice!


Hoje, o post é um agradecimento à amizade do amigo Franck

e à felicidade de ter Clarice em mãos.


Disse ela:

"Escrevi livros que fizeram muitas pessoas me amar de longe."

Sou uma delas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Há um rio...


Repaginando:
Há um rio
que passa atrás do muro da minha casa,
cujas águas turvas e sujas
correm sossegadas.
Coitado, está quase morrendo
já não ouço o seu cantar!


Havia um rio
lá longe, bem distante, na minha cidade natal
que corria entre as pedras
no fundo do meu quintal.

Saudades da minha infância querida
"que os anos não trazem mais",
das brincadeiras nas jangadas,
dos pulos e dos mergulhos
nas águas esverdeadas
do meu rio que passa lá.


Que engraçado!
A minha mãe me dizia
que nas terras onde nasci
um rio vinha e descia
de uma cachoeira de águas finas,
cantava um chuê...chuá
que embalava o meu dormir.
Desse não tenho uma imagem,
nem sei se ainda existe
e não me lembro do seu rumor.


A minha vida é um rio
cujas águas cristalinas
correm e passam cantando
nas subidas e nas descidas
uma história de amor.
(pv)
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