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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como posso perder minha fé?




" Como posso perder minha fé na justiça da vida, quando os sonhos dos que dormem num colchão de penas não são mais belos do que os sonhos dos que dormem no chão?"
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Quero, hoje, falar sobre a fé. A fé em Deus, a fé no amor, a fé na vida, a fé na justiça, a fé suficiente, a fé perdida, a fé encontrada, a fé que cura, a fé que remove montanhas, a fé do tamanho de um grão de mostarda.
Definimos a fé como uma crença, uma confiança, uma virtude, algo inexplicável, uma convicção ou apenas uma imaginação. Para Paulo, ela é o " firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem." Para Santo Agostinho, a fé em Deus é como uma lanterna que se acendeu na noite para conduzir os seus passos quando estão desfalecidos.
Na linguagem popular, costumamos dizer que fulano usou de má fé, quer dizer que tentou enganar ou trapacear alguém. Isto é o que está acontecendo com muita frequência nos últimos dias, basta ouvir as notícias do cenário político. Em contrapartida, ouvimos casos de pessoas de boa fé, como o da Dra Zilda Arns que acreditou, teve fé, que poderia salvar milhares de crianças com seu amor e com sua dedicação.
Há pessoas que possuem muita fé, digo, fé suficiente para mudar a história. Exemplo disso, o haitiano que acreditou que sua mulher estava viva. Com o ouvido colado aos escombros do terremoto, montou guarda, foi persistente até ouvir a sua voz. Depois de seis dias, soterrada, saiu apenas com os dedos quebrados. Posso dizer que sua fé foi suficiente para dizer ao monte: "Levanta-te daí..." Ele acreditou e não duvidou em seu coração.
Talvez para milhares de outros que não veem chegar uma garrafa d'água às suas mãos, cansados de esperar por ajuda, a fé seja pequena, perdida. A dúvida enche seus corações, vem o desespero, gera a revolta. Perderam a fé na justiça, na vida. Quem sabe, em Deus?
E, se estivéssemos nessa situação, o que faríamos? Teríamos ainda a mesma fé? Poderíamos acreditar em milagres? Às vezes, criticamos a falta de fé do outro e não pensamos em quais circunstâncias ela se perdeu.
Devemos, sim, -por que não?- pedir a Deus como fizeram os apóstolos naquele dia:" Aumenta-nos a fé." Ao que respondeu o Senhor: " Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá."
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Para concluir, sábias palavras de Buda:
" Nós somos o que pensamos.
Tudo o que somos surge de nossos pensamentos.
Com o pensamento, construímos e destruímos o mundo."
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2 comentários:

Andréa Amaral disse...

Que texto! Posso dizer que foi uma "pregação" digna de incitar a busca da fé em quem deixou a sua chama apagar. E você entrou 2010 como uma vela que ilumina em meio a escuridão.
Através do seu texto pude perceber que a fé é o que nos move em meio as trevas, como a vela com sua chama. Infelizmente, diante de tantas coisas terríveis acontecendo com tantas pessoas justas, como a própria Zilda que só veio propagar o bem, a tendência a nos deixarmos sucumbir pela descrença vem aumentando. Parece que entre o bem e o mal, o mal está sempre se sobressaindo. Nos perguntamos: por que em meio a tantas pessoas más, justamente aquela partiu? Por que com tantos terroristas assassinos, um povo dócil foi massacrado pela tragédia? Só a fé para aliviar e a crença que Deus existe.Estamos vivendo o apocalipse.

piedadevieira disse...

Obrigada, Andrea, ouvir você, já falei, é muito bom.
Digo-lhe, seja luz porque afasta as trevas, ajuda-nos a encontrar coisas perdidas e escondidas,irradia por onde chega.
Se por acaso sua chama estiver pequena, aproxime-se de quem muito tem que a sua reacenderá. Não é asssim que fazemos com a nossa vela quando está se apagando, quando falta luz na nossa casa?
Beijos, querida. Viva pela fé.