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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eu...um enigma


Eu já nem sei quem sou de verdade.

Sou um pássaro engaiolado?

Uma flor no meio do pântano?

Uma árvore ressequida pelo tempo, sem folhas, tronco marcado, galhos quebrados?

Quem sou eu, afinal?

Uma nuvem passageira que não parou para ver o azul do céu, que não observou o voo dos pássaros em revoada, nem sentiu o cheiro de terra molhada que subiu às suas narinas, depois dos pingos da chuva?

Quem sabe, não sou um riacho de águas turvas que se debate contra as pedras lodosas, enraizadas ao seu leito, ansioso para se debruçar ao mar?

Ou, talvez, um livro fechado, largado nas prateleiras empoeiradas de um arquivo qualquer, páginas amareladas, um poema inacabado, uma frase incompleta, uma palavra apenas... um ponto final.
(pv)

6 comentários:

Valéria Gomes disse...

Estás a querer o impossível. Não saberemos jamais quem somos, já que a vida são momentos de aprendizagem. Não acredito mesmo, nesta possibilidade, não nesta esfera.

Beijos!!!

laurinhando por ai disse...

Boa noite querida!!
Lindo poema.
Na verdade acredito que somos um pouquinho disso tudo...Isso é que nos faz ser uno e nos diferencia de todos os demais!!!
Uma linda semana para ti!!!
Bjocas
Laurinha

Anônimo disse...

Minha querida, tudo guarda um enigma.
Até ela, a misteriosa esfinge.
Em homenagem ao teu post, gostaria de oferecer-te esses versos:

A Esfinge

Solene, tu observas uma caravana passar...
Imponente, ainda exibe aspecto altivo e ostentoso,
Que o tempo teimoso ainda quer escavar
De teu enigmático olhar, divino e tenebroso...

Certo ar de mistério aterrador te faz majestosa...
Quem ousa desvendar de teu rosto o distante olhar?
Quimera de uma mítica história, de Tebas gloriosa
Dos segredos de séculos passados a guardar...

Passaste quase intacta pelos bacanais faraônicos.
Nas lembranças de praga furiosa cair sobre o povo,
Que tu indiferente, presenciou de outros deuses atônitos,
Vendo o mal cobrir o Nilo, com morte, sangue e fogo!

Tu finges que observa o tempo passar ao teu derredor,
Amores, pragas, guerras, o declínio e consorte...
Não fingiste, no entanto, quando eras tu naqueles dias,
A protetora e guardiã, dos filhos, da vida e da morte!

Um beijo, e seja sempre bem vinda.

Vivian disse...

...o dia que você descobrir
por favor me ensine a fórmula.

bj, linda!

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá, bela imagem...belo texto...Espectacular....
Cumprimentos

Maré Viva disse...

Quiçá um passaro engaiolado, um riacho de águas límpidas, um poema inacabado, uma palavra apenas...
Somos um pouco de tudo, na ânsia de sermos alguma coisa...

Um abraço de amiga.