A canícula se foi e o outono vem chegando devagar. Aliás, nunca se usou tanto essa palavra nesse verão. Canícula, o que é isso? Nunca tinha ouvido essa palavra! Pensei, a princípio, significar algo relacionado a cão, canil. Parece com clavícula, será que tem a ver com canibal? Ela rima com Calígula, com cutícula ou será vesícula? Resolvi pesquisar.
A explicação melhor que encontrei foi que está mesmo ligada à ideia de cão. Canícula era cadelinha, nome dado à estrela Sírius da constelação do Cão Maior, cuja representação era feita na forma de um cão furioso. Quando ela se apresentava coincidia com o grande calor de verão. Daí, canícula - grande calor atmosférico - literalmente: dias de cão.
Mas, voltando ao início deste assunto, desse verão escaldante, o melhor foi comer bastante salada, tomar sorvetes e nadar na praia. Foi um verão diferente: pés descalços, bermudas e camisetas, caminhadas à tardinha, muitos cuidados especiais com minhas plantas, que por sinal ficaram lindas, viagem a Vila Velha e até a Afonso Claudio.
Agora, o outono vem chegando bem de mansinho, ainda com um leve perfume quente no ar. Estação preferida! Traz-me nostalgia, lembranças da minha juventude lá em Cordeiro, ouvindo Roberto Carlos.
O chão bordado de folhas amareladas dá mais prazer ao meu caminhar, parece o tecido de um lindo vestido que gostava de usar nas tardes de um outono que já vai longe.
Respiro fundo, o cheiro de mato molhado sufoca as lágrimas que querem saltar, quantas saudades!
Outono, estação das lembranças, da cor dourada dos meus sonhos!
Seja bem vinda, brisa outonal! Vem refrescar minha alma abrasada, perfumar minhas tardes com seu odor de outrora que ainda trago guardado dentro de mim.
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