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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O teu retrato




Hoje vi teu retrato
(nossa, que gato!)
ali parado
no móvel da sala de jantar
sorrindo para mim.
Ouvi teu chamado
voltei ao passado
e apenas sorri.
Guardo ainda comigo
a tua imagem real
já não eras mais o mesmo
naquele encontro fatal.
Cabelos grisalhos
olhar bem distante
cabisbaixo e sério
andavas ao meu lado
mas não estavas ali.
Palavras não tinhas
apenas mãos frias
distantes, caídas...
Pressenti que era o fim.
Meu Deus, era um adeus
sem gesto, sem nada
nem um riso, um sorriso
nem um grito:
não te amo mais!
Esse novo retrato
(o meu peito rasgado)
sempre o vejo
(que ironia!)
num canto escuro do meu quarto.
Mas por precaução
fecho os olhos de mansinho
para não assustá-lo
(medo de perdê-lo
outra vez)
e, simplesmente com um afago
o apago do meu coração.
(pv)

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