Quando entro,
a escola, pronta
as aulas, prontas
as atividades, prontas
os programas, prontos
a avaliação, pronta
Percebo, então
que um outro está ali
não eu!
Ao ingressar nessa escola
ao entrar nessa sala
ao aterrissar nesse currículo
descubro-me apenas isto:
um estranho, um hóspede
em qualquer hotel.
Nessa escola, a matrícula
não é a minha radiografia
é a ficha de hóspede
do hotel em que ingressei
como se fosse uma escola.
Por isso, quem está ali
não sou eu
não sou eu inteiro, integral
Quem está ali
é o outro, o que entrou
nas estatísticas da escola
mas não em suas aulas.
A escola não me recebeu
deixou entrar um outro
estranho, desconhecido
parecido comigo
mas bem distante de mim.
Eu o entrevejo
nos registros da escola
nas atividades da escola
mas não o vejo em meus registros
nem o encontro em minha vida.
Que bom seria se a escola
não me impusesse uma segunda
natureza
me assistisse para eu mesmo me
recriar.
Que bom seria se a escola
deixasse o outro lado
e me abraçasse, eu mesmo
em minha identidade inelidível.
Moacir Carneiro
4 comentários:
Olá Piedade
O Moacir tem razão, as vezes nos desconhecemos dentro do nosso próprio ambiente de trabalho,. Não nos identificamos com nada ali. Tudo é imposto.
Beijos
Querida, aproveitando o dia do beijo, vim deixar um beijão fraterno cheio de carinho pra você.
Bjo ;)
Muito interessante este texto sobre a indentidade na recriação do eu. Bela inspiração para uma reflexão sobre comportamentos.Meu abraço Piedade.Bju de luz hoje pela paz e alegria no coração.Meu terno abraço de paz.
Piedade
Só quem é mestre por natureza entende...
bjos
laurinha
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